“Qualquer guineense sente a TAP como uma companhia de bandeira guineense”, disse em entrevista ao Expresso o ministro de Estado e da Presidência do governo de Bissau. Em causa está uma dívida “para com as Finanças de Guiné-Bissau (…) que ascende aos seis milhões de dólares [cerca de 4,3 milhões de euros].
Ainda assim, e “apesar de todas as dificuldades financeiras que o país tem vivido nos últimos anos, nunca pressionámos a TAP a pagar a dívida”, o que “demonstra a boa vontade do governo [guineense] em colaborar” com a companhia aérea, esclareceu Fernando Vaz.
Estes números devem-se ao facto de, segundo o governante, “a TAP não pagar impostos na Guiné-Bissau desde 2004 até hoje”, acumulando e cobrando à mesma “nos bilhetes a taxa aeroportuária”, acrescentou.
Questionado sobre se a companhia aérea nacional tem conhecimento desta situação, Fernando Vaz garantiu que “a TAP sabe”, tendo já sido “notificada várias vezes”. “A desculpa da TAP é que há um acordo (…) mas essa justificação é mero expediente da TAP para não pagar impostos”.
Relativamente ao incidente com as autoridades portuguesas sobre a viagem num voo da TAP de 74 passageiros com passaportes falsos, o ministro referiu que “a TAP tem culpas neste processo”, devido ao facilitismo do check in online, acusou.
Acresce que “depois e já antes desde incidente, Portugal tem tido uma política incompreensível em relação ao governo de transição de Guiné”. Por conseguinte, “devia ter outra posição, até porque somos irmãos”.