Intitulado ‘Destruição catastrófica de emprego’, o estudo realizado pelos economistas Anabela Carneiro, José Varejão e Pedro Portugal, do Banco de Portugal, revelou que cerca de 44,5% dos 540,3 mil desempregados de longa duração poderá nunca vir a encontrar emprego, avança o Expresso.
Só na última década, o desemprego de longa duração passou dos 14 meses, em 2003, para os 23 meses, em 2013. Aliás, aumentou de 25% do total, em 2002, para 64% no ano que agora finda.
Acresce que o vincar da crise originou “elevados custos sociais associados a uma catastrófica taxa de destruição de emprego” e situações de “maciço desemprego de longa duração”, de acordo com o estudo.
Na origem deste desemprego recorde estão várias causas, das quais se destacam a acelerada falência de empresas, asfixia das empresas pela falta de crédito e pela rigidez dos salários.
De salientar que, além desta situação, os trabalhadores menos qualificados estão a ser suplantados pelos que têm mais habilitações, e que com a crise aceitam rendimentos mais baixos.
Quanto ao futuro, os empresários vão continuar a confrontar-se com várias dificuldades. Em declarações àquele semanário, o economista Paulo Pinho explicou que “várias pequenas empresas, com a redução da procura, foram destruindo emprego até ao ponto de entrarem em insolvência. A situação é catastrófica ao nível da destruição da capacidade produtiva”, sendo que “na maior parte dos casos, esta infra-estrutura foi abandonada e num cenário de retoma não será aproveitada, porque morreu”.