"Sempre que o Governo tem um problema vai aos reformados"
Manuela Ferreira Leite criticou, na TVI 24, o agravamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) decidida esta tarde em reunião do Conselho de Ministros. A ex-ministra das Finanças critica o Governo de voltar a aplicar as suas medidas a apenas uma parte da população: os reformados.
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Economia Ferreira Leite
No espaço de comentário ‘Política Mesmo’ da TVI24, Manuela Ferreira Leite mostrou-se inconformada com o facto do Governo estar novamente a aplicar cortes sobre a população reformada, considerando que existe uma obsessão nesse sentido.
“Tenho dificuldades em perceber estas medidas. Existem uma obsessão com os reformados. Sempre que o Governo tem um problema para resolver vai sempre aos reformados. Isso voltou a acontecer e é inaceitável”, disse, referindo-se às medidas tomadas esta quinta-feira, para fazer frente ao chumbo do Tribunal Constitucional da convergência das pensões, e que implicam o agravamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e o aumento das contribuições dos beneficiários da ADSE.
Para a ex-ministra das Finanças, embora o Governo tenha garantido que não iria aumentar os impostos, esqueceu-se que que o CES trata-se de um imposto “mas apenas aplicado aos pensionistas”.
“O problema que existe neste momento é um problema orçamental. Existe uma falha: ou há necessidade de ter mais receitas ou menos despesas. Onde se vai buscar? Aos aposentados, mais uma vez. A ideia que dá, é que se a troika está no País é só por causa dos aposentados. Parece que a situação de endividamento do País se deve à Segurança Social”, criticou.
Questionada sobre o facto desta medida ser mais abrangente do que a da convergência das pensões, uma vez que não se limita apenas aos reformados da Caixa Geral de Aposentações (CGA), a comentadora não hesita: “Está-se a dividir o mal pelas aldeias, mas só pelas aldeias dos reformados. Enquanto anteriormente o corte se aplicava apenas aos reformados da CGA, agora é sobre todos”.
Para Ferreira Leite, o único motivo que explica esta insistência de cortes sobre os reformados tem a ver com o facto de estes “não refilarem”.
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