Privados embolsam 500 milhões por ano graças à ADSE
O relatório de atividades de 2012 da ADSE mostra que os grupos privados ganham por ano, pelo menos, 500 milhões de euros com o subsistema do Estado, conta hoje o Diário Económico. Apesar de reconhecer que “a ADSE é um negócio importante para os privados”, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Artur Osório de Araújo, defende que este subsistema de saúde fica, apesar de tudo, mais barato ao Estado.
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Economia Negócio
Numa altura em que os funcionários e pensionistas da Função Pública se preparam para sofrer um agravamento nos descontos para a ADSE, que passarão dos atuais 2,25% para 2,5%, dados do relatório de atividades de 2012 do subsistema de saúde do Estado revelam que, conta hoje o Diário Económico, pelo menos 500 milhões de euros são ‘entregues’ por ano aos grupos privados do sector.
O documento, citado pelo Diário Económico esta quarta-feira, indica que 272,7 milhões de euros foram gastos com o regime convencionado da ADSE, ou seja, no qual há um acordo com o prestador de serviços, e 138,2 milhões no regime livre, aquele em que os beneficiários recebem a posteriori o reembolso de um parcela do que pagaram pelo serviço.
Na opinião do presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Artur Osório de Araújo, “é evidente que a ADSE é um negócio importante para os privados” mas acabar com este subsistema seria, considera, “andar para trás” porque “se acabasse, muitas pessoas fariam um seguro de saúde e os privados acabavam por ganhar na mesma”.
Também consultado pelo Diário Económico, o antigo secretário de Estado do Orçamento, Emanuel dos Santos, afirma que “ a ideia de que a ADSE alimenta os privados, é errada”. O que pode suceder, esclarece, “é que algumas das entidades convencionadas possam ter alguma dependência significativa da ADSE”, ainda assim “não se pode dizer que seja essa a lógica”.
Recorde-se que, já este mês os trabalhadores e pensionistas do Estado passaram a descontar mais para a ADSE porque é intenção do Governo que o subsistema de saúde deixe de depender da transferência do Orçamento do Estado e passe a ser sustentável apenas com o financiamento das contribuições.
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