Manuela Ferreira Leite questionou hoje o “fundo de maneiro de 533 milhões de euros” que está previsto no Orçamento do Estado para este ano. Para a antiga líder social-democrata esta questão tem que ser explicitada, pois é um valor suficiente para “tapar o buraco aberto pelo chumbo do Tribunal Constitucional”.
“Aparece no Orçamento do Estado um fundo de maneio superior a 533 milhões de euros, o que é um volume muitíssimo superior ao que se perdeu ou perderia pelo facto de o Tribunal Constitucional não ter aprovado aquelas medidas”, referiu.
Para Manuela Ferreira Leite “não havia necessidade de um plano B. Já lá estava o plano B: os 533 milhões. Afinal, para que está aquilo ali?”, questionou, acrescentando: “ “Cabia lá [no fundo de maneio] perfeitamente o chumbo do Constitucional e sobrava ainda muito dinheiro”.
A antiga ministra das Finanças acusou assim o Governo de ter um fundo de maneio e de, ainda assim, voltar a recorrer aos pensionistas.
“Para as brechas dos pensionistas não há um cêntimo neste País. Há reservas para tudo, menos para os pensionistas. Este Orçamento ilustra a forma como são tratados os pensionistas neste País”, atirou.
Sobre o aumento dos descontos para a ADSE e da Contribuição Extraordiária de Solidariedade e ainda os cortes nos salários acima dos 675 euros, Manuela Ferreira Leite referiu que “estamos a analisar muito friamente os cortes na despesa do Estado sem complementarmos [a análise] com as consequências que este tipo de cortes traz para a sociedade e para a economia.
“ Para além destes cortes e ainda existe a incógnita enorme sobre o que é que vai acontecer às pensões daqueles que ainda não estão reformados mas que já fizeram o pedido de aposentação”, afirmou.
Sobre esta questão, a antiga ministra das Finanças afirmou que “neste momento nenhuma pessoa que pediu a sua aposentação sabe quanto vai receber”. “E acredito que as próprias pessoas responsáveis por essa matéria não sabem explicar”, concluiu.