“A probabilidade de ganhar [um carro sorteado pelo Fisco] não é significativa, pelo que este sorteio é exatamente como o Euromilhões”, na prática “qualquer pessoa tem probabilidade nula de ganhar, mas há de haver quem ganhe”, por isso “se chama a isto um sorteio”.
Esta explicação é dada, esta segunda-feira, por Onofre Simões, especialista em probabilidades e professor no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) ao Jornal de Negócios, que mostra por ‘a mais b’ como são escassas as possibilidades de sair vencedor no sorteio do Fisco.
Vamos imaginar que numa semana há 100 faturas a concurso e reúne cinco, terá 5% de hipóteses de ser o sorteado. Mas se tiver cinco faturas e a concurso forem cinco mil, a probabilidade passa a ser uma em mil. Pelo que, quanto menos faturas forem a jogo menor será a hipótese de ganhar.
Acontece que, por exemplo, em 2013, foram comunicadas à Autoridade Tributária cerca de quatro mil milhões de faturas. Admitindo que este ano este número se mantém e que metade (dois mil milhões) será de contribuintes em nome individual, nas 52 semanas do ano iriam, em média a concurso, 38 milhões, a probabilidade é nula.
“Se uma pessoa entrou com mil faturas naquela semana, o que já me parece manifestamente exagerado, a probabilidade de uma das suas faturas ser sorte seria de 0,0026315%”, o que “na prática”, refere Onofre Simões, “ é zero”.
A única vantagem deste sorteio em relação ao Euromilhões será mesmo o facto de para o concurso do Fisco não ter de fazer qualquer aposta em dinheiro porque em relação às probabilidades… a dificuldade é em tudo muito semelhante.