Do total dos 279,5 milhões de euros decorrentes das vendas e serviços prestados pelo Espírito Santo Saúde (ESS) nos primeiros nove meses de 2013, 53,8% vieram direta ou indiretamente dos cofres do Estado, avança o Jornal de Negócios.
Destes, 29,5% dizem respeito aos subsistemas de saúde pública, como a ADSE, SAD e ADM, 22,7% têm origem em parcerias público-privadas (PPP) - no caso, o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures - e 1,6% advém dos proveitos decorrentes de contratos e convenções com o Serviço Nacional de Saúde para reduzir as listas de espera.
No total, o Estado permite à empresa liderada por Isabel Vaz garantir a sua subsistência nos moldes em que esta funciona, já que representa mais de metade dos rendimentos, mas com riscos que lhe estão associados.
“O Estado pode rescindir unilateralmente e a todo o tempo o contrato de PPP por razões de interesse público ou (…) implementar uma especial sobre as PPP (…) e as pressões orçamentais sobre o Ministério da Saúde podem afetar os rendimentos a receber do Hospital Beatriz Ângelo, que a ESS gere em parceria com o Estado”, alertou fonte ligada à empresa, em declarações ao Jornal de Negócios.
Além disso, existe o perigo de os funcionários públicos desistirem dos subsistemas públicos de saúde, o que, associado aos restantes fatores, pode por em causa o lugar do ESS como líder no mercado privado de saúde em termos de rendimentos e o segundo lugar como operador privado, a seguir ao grupo José de Mello Saúde.