No final de uma reunião com os parceiros sociais e na qual esteve também presente a ministra Ana Mendes Godinho, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou que temos de "preservar a capacidade de resposta" face à pandemia da Covid-19 e que, por isso, se deverá voltar ao confinamento geral como em abril - isto poderá implicar o fecho da restauração e do comércio. "O Governo está, neste momento, a ponderar a necessidade de ter medidas mais restritivas da mobilidade da população, de maneira a travar o ritmo de crescimento de novos contágios que vimos assistindo nestes últimos três dias", começou por apontar.
O que "temos vindo a constatar", prosseguiu o governante, "é que se tivemos durante o Estado de Emergência a capacidade de reduzir o nível de crescimento de novos contágios ao longo do mês de novembro, a verdade é que nessa altura partimos de um patamar de casos e de internamentos bastante menos grave do que temos neste momento".
Nestes últimos três dias, "tivemos sempre números de novos casos à volta dos 10 mil por dia, ao mesmo tempo que temos um nível de internamentos e de internamentos em cuidados intensivos que ultrapassam os níveis máximos que tivemos no ano passado". É assim, uma "situação de grande preocupação", reconheceu.
Siza Vieira destacou, em seguida, que "o que nos parece evidente, sem prejuízo daquilo que vamos avaliar nos próximos dias e também da discussão que vamos ter com especialistas no Infarmed, é a necessidade de encontrarmos um modelo de contenção maior da mobilidade dos portugueses e, com isso, da probabilidade de contactos e da possibilidade de contágios".
Por isso, "parece ao Governo que a simples manutenção das medidas que estão, neste momento, em vigor não será suficiente para assegurar a travagem do ritmo de crescimento de novos casos". O ministro revelou que "demos nota ao parceiros sociais que o Governo contempla a ideia de ter novas medidas restritivas", que "poderão ser semelhantes às que tivemos durante o mês de abril ou durante a primeira quinzena de maio, quando iniciámos o confinamento, e passam pelo encerramento de um conjunto de atividades, designadamente as atividades de restauração e comércio não alimentar, com a manutenção do ensino presencial".
De recordar que Portugal registou, esta sexta-feira, um novo recorde diário de óbitos e casos de Covid-19, ao contabilizar, nas últimas 24 horas, 118 óbitos e 10.176 infetados pelo novo coronavírus. Assim sendo, de acordo com o boletim epidemiológico de hoje divulgado pela Direção-Regional da Saúde (DGS), Portugal passa a contabilizar, desde o início da pandemia, 466.709 contágios e 7.590 mortos.
[Última atualização às 18h21]