Nove em cada vez taxistas fogem ao fisco. É esta a conclusão da Direção de Finanças, feita no distrito de Aveiro, e encarada como um espelho do que acontece no resto do País.
Dos 450 taxistas a trabalhar em Aveiro, pertencentes a 400 operadoras, foram fiscalizados 111, dos quais 106 tinham cometido irregularidades (uma percentagem que chega aos 95%).
Segundo contou uma fonte da entidade ao Jornal de Notícias, nesta centena de casos em análise, a inspeção à atividade realizada entre 2011 e 2013 permitiu constatar que, em média, cada taxista omitiu 3.500 euros de impostos devidos, sendo que “os taxistas não declararam 1.500 milhões de euros de rendimentos, matéria coletável que se traduz em cerca de 300 mil euros de imposto (IRS e IRC) para o Estado, aos quais se junta cerca de 85 mil euros de correções em sede de IVA”.
Os incumprimentos detetados dizem respeito não só ao número de quilómetros percorridos, como ao rendimento auferido pelos profissionais. Os 111 profissionais fiscalizados percorreram, em dois anos, 14,5 milhões de quilómetros, tendo omitido 4,5 milhões.
No que respeita à declaração de rendimentos, o taxista-tipo declara anualmente 10.500 euros em prestação de serviços, ou seja, 880 por mês, que, deduzidos todos os custos, dariam um rendimento mensal de apenas 83 euros.