“Não há saídas limpas com mais de um milhão e 400 mil pessoas sem emprego, uma dívida incomportável, juros insuportáveis e um Tratado Orçamental que visa amarrar-nos a uma política que corta no investimento, reduz as funções sociais do Estado e fomenta o empobrecimento, para aumentar a exploração e as desigualdades”. As palavras pertencem a Arménio Carlos que discursava hoje no âmbito do ‘Dia de luta nacional’ da CGTP, segundo o qual a única “saída limpa é saída do Governo do poder”.
“Mudam-lhe o nome [programa cautelar], mas a essência mantém-se. É um caminho que deixa o povo económica e socialmente de rastos”, explicou.
O líder da central sindical evocou as palavras do primeiro-ministro, quando este referiu que “o nível de vida não voltará a ser igual ao de 2011”. Contudo, Passos “não está a falar para os milionários. Está a dirigir-se aos mesmos de sempre, às vítimas: trabalhadores, reformados, desempregados e jovens”. A maioria governativa pretende “tornar definitivas as medidas que disse serem provisórias”, adiantou Arménio Carlos.
“Quem o viu e quem o vê”, afirmou falando em Passos. Quando andava “à caça”, “dizia que os sacrifícios já tinham ultrapassado todos os limites. Agora parecem não haver limites”, acrescentou.
Este é, segundo Arménio Carlos, “um processo que eles [Governo] próprios assumem que está longe de estar terminado e que só agora começou”. É apenas uma forma de “ganhar tempo, para nos fazer perder ainda mais”, concluiu.