"O PSD congratula-se com a resposta positiva dada ontem [sábado] pelo líder do PS ao apelo feito pelo primeiro-ministro para que este partido se associasse a uma estratégia orçamental de médio prazo, para que se fixassem tetos para a despesa pública primária do Estado no âmbito do documento de estratégia orçamental", afirmou Marco António Costa em conferência de imprensa, no Porto.
O porta-voz do PSD reagia assim às declarações feitas por António José Seguro no encerramento da conferência "Uma administração pública eficiente e com qualidade", em que reiterou a importância de "equilibrar as contas públicas", admitindo que esse objetivo "justifica ter um limite nominal para a despesa corrente", mas sem especificar.
"Isto não é um corte, isto é uma reforma. O que o Governo atual tem vindo a fazer são cortes", afirmou Seguro no sábado, reforçando a ideia de que "reformar não é cortar".
Considerando "esta afirmação de disponibilidade do líder do PS" como sendo "da maior importância", o PSD diz agora ter "esperança que seja um sinal de que o PS irá abandonar a política das ideias vagas, das ambiguidades, passando para o concreto das iniciativas, das medidas e para o rigor dos números".
Neste sentido, e face às declarações do líder socialista defendendo "outras reformas que supostamente baixariam a despesa, mas evitariam os cortes que foram promovidos pelo atual Governo", Marco António Costa desafiou o PS a apresentar propostas "concretas".
"O PSD convida o PS a dizer publicamente: primeiro, em que áreas, em concreto, realizaria tais reformas; segundo, em concreto, no que consistiriam as referidas reformas; terceiro, em concreto, que poupanças se obteriam para a despesa do Estado com a implementação das ditas reformas que alega o Partido Socialista pretender realizar se fosse Governo", afirmou o porta-voz dos sociais-democratas.
"Por fim - continuou -, convidamos o PS a divulgar os documentos que sustentam tais propostas e onde estejam quantificados os objetivos para a redução da despesa pública".
Sustentando ser "tempo da clareza, rigor e políticas concretas", "não da política da ambiguidade", o PSD manifestou "a sua disponibilidade para, no Parlamento, ou fora do Parlamento, trabalhar com o PS na criação de condições para implementar reformas de médio e longo prazo".
"Importa terminar com a política do ilusório, importa terminar o jogo de palavras na vida política portuguesa e a política das ambiguidades tem que dar espaço ao concreto", sustentou Marco António Costa.
O objetivo, concluiu, é consolidar "as conquistas obtidas de maio de 2011 até hoje" e garantir "que Portugal continue a trilhar o rumo certo".