O Diário Económico avança hoje que o Governo já disse à troika que pretende uma saída ‘limpa’ do programa de ajuda financeira. Isto é, uma saída semelhante à que a Irlanda fez, sem necessidade de um programa cautelar.
As emissões de dívida a cinco e a dez anos já permitiram à Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) arrecadar 6,25 mil milhões de euros, um valor que começa a compor a ‘almofada financeira’ para 2015. Em declarações ao Diário Económico, o presidente do IGCP referiu mesmo que o dinheiro arrecadado com a emissão de dívida a 10 anos “já serve para 2015”.
Assim, Portugal já tem dinheiro para o próximo ano e, por isso, não vê necessidade na aplicação de um programa cautelar, pois este teria a duração de um ano. Tendo em conta que o programa de resgate termina em maio, o cautelar terminaria em 2015 e, se já há dinheiro para garantir o próximo ano, o Executivo não vê necessidade de um programa cautelar.
Contudo, a troika não será fácil de convencer. O Governo terá de apresentar um plano consolidado sobre a forma como pretende levar a cabo as reformas estruturais (rendas no setor energético, lei dos despedimentos, área portuária, justiça e arrendamento habitacional) e a garantir a redução da dívida pública, bem como o equilíbrio das contas públicas.