Governo só conheceu novas avaliações ao BPN 15 meses depois

A secretária de Estado do Tesouro transmitiu aos deputados que só tomou conhecimento das avaliações realizadas ao BPN em Julho de 2011 pela Deloitte e Caixa BI ao banco a 18 de Outubro passado, disse à Lusa o PCP.

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Lusa
31/10/2012 17:06 ‧ 31/10/2012 por Lusa

Economia

PCP

Segundo o deputado Honório Novo, as avaliações ao Banco Português de Negócios (BPN) recebidas no Parlamento a 26 de Outubro, após requisição do PCP ao Governo, foram realizadas pela Caixa BI e Deloitte, e contêm vários cenários, com qualquer um deles a apontar para um valor muito superior ao valor de venda.

Ainda assim, a actualização das avaliações realizadas em 2010 ainda no Governo de José Sócrates quando foi feita a primeira tentativa para vender o banco foi decidida por um dos membros da equipa encarregue da privatização do BPN, tendo o trabalho sido entregue em Julho de 2011, ainda antes de terminar o período de entrega de propostas para compra do banco.

Segundo Honório Novo, as avaliações foram entregues nessa altura aos responsáveis da Caixa Geral de Depósitos e do BPN encarregues com a reprivatização do banco, tendo a secretária de Estado transmitido aos deputados da comissão de inquérito ao BPN aquando do envio dos documentos (ainda confidenciais) que só teria tomado conhecimento dos mesmos no dia 18 de Outubro passado, ou seja, cerca de 15 meses após estes terem sido concluídos e enviados aos responsáveis da CGD e BPN.

"A actualização das avaliações das duas consultoras tinha sido uma decisão tomada por um membro da equipa que estava encarregue do processo de reprivatização. As consultoras fizeram um trabalho, concluíram o trabalho em Julho de 2011, em momento ainda de ser ponderado no processo de privatização, antes do momento da entrega das propostas, e entregaram a proposta à Caixa e ao BPN", explicou o deputado do PCP, lembrando que alguns desses responsáveis estiveram na comissão e "não disseram que tinham sido feitas as avaliações nem o que diziam".

O PCP requereu as avaliações no início de Outubro ao Governo e a resposta chegou a 26 de Outubro com os documentos pela mão da secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, que dizia na missiva que "tomou conhecimento da existência das mesmas no dia 18 de Outubro".

O deputado considera assim que a "equipa encarregada da reprivatização do BPN sonegou esta informação aos decisores políticos".

Honório Novo explicou ainda que existem diversos cenários para determinar o valor do banco em cada uma das avaliações, mas que no cenário base, nas duas avaliações, o valor do banco é sempre superior a 50 por cento do valor de venda que se registou.

 

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