Em entrevista ao Jornal de Negócios, Jens Nordvig, economista que já passou pelo Goldman Sachs e que agora apresenta o livro ‘A Queda do Euro’, começou por dizer que as vantagens de pertencer a uma união monetária foram “exageradamente empoladas”.
“As vantagens do euro são exageradamente empoladas, como numa campanha de marketing, e temos de ser realistas: pertencer ao euro exige a submissão a uma série de restrições”, assegurou o economista.
Nordvig garantiu ainda que “a crise que assolou o euro foi tão tremenda precisamente porque não se tinha essa noção”.
Sobre Portugal, o economista referiu que vê como “muito possível um segundo resgate dentro de cinco anos”. “Temos de ter a noção de que estamos a atravessar um período muito extenso de crédito relativamente muito barato que deverá inverter-se, diria, dentro de dois anos”, acrescentou, alertando que nessa altura Portugal já terá saído do programa da troika e “vai começar a sentir maiores dificuldades em financiar-se nos mercados porque a sua dívida é demasiado elevada”.
E porque a questão que está na ordem do dia é a opção entre um programa cautelar ou uma saída limpa, o Jornal de Negócios aproveitou a oportunidade para questionar o economista sobre qual seria, na sua opinião, a opção mais viável. A resposta foi perentória: “uma linha cautelar daria uma proteção adicional caso as taxas de juro começassem a subir. Eu escolheria a opção mais segura: um cautelar”.