“Aumentar as taxas moderadoras não serve para nada nem garante nada em termos de financiamento” da ADSE. Quem o diz é o presidente do Hospital de São João, em entrevista do Diário Económico.
Na perspetiva de António Ferreira, “os especialistas da troika não percebem nada do que estão a fazer e não fazem a mínima ideia do que é a Saúde em Portugal”, sendo que a ADSE só faz sentido ser sustentável com as contribuições dos seus beneficiários.
“Os copagamentos na Saúde são já da ordem dos 29%. (…) A ADSE viveu 2010 com cerca de 60% do seu financiamento proveniente diretamente do Orçamento do Estado. O modelo (em que só deveria ser gasto o dinheiro pago por trabalhadores e entidades empregadoras, e não mais) foi tornado perverso. Pagamos impostos para os beneficiários da ADSE”, lamenta o médico.
Para que o subsistema de saúde dos funcionários públicos se autofinancie, avisa António Ferreira, é preciso que o desconto dos contribuintes (que hoje se encontra nos 3,5% a 3,75%) vá para valores na ordem dos 6% a 7%. E isso é insuportável”.