"A forma como nos estão a tratar e a cortar nas nossas pensões faz com que o empobrecimento seja de facto efetivo", disse a presidente da APRe!.
Maria do Rosário Gama explicou que "o Governo está a preparar 'resorts' para os reformados europeus e que os reformados portugueses são só empregados de limpeza".
"Este empobrecimento generalizado dos reformados faz com que os portugueses sejam os parentes pobres da Europa", disse.
A responsável da APRe, que esteve em Castelo Branco a convite do coordenador regional da associação, referiu estar a utilizar uma figura de estilo quando diz que os reformados portugueses vão limpar os 'resorts' de luxo, mas acrescentou que, de facto, "a ideia é essa".
"Estamos a dar condições para os de fora e a tratar mal os de dentro. As pessoas estão a empobrecer e para além do corte nas pensões há toda a situação social que envolve famílias desempregadas e situações dramáticas de reformados que têm que sair dos lares para irem para casa, porque é o único dinheiro que entra", sublinhou.
Maria do Rosário Gama quer criar um lóbi europeu para a defesa dos direitos dos reformados e nesse sentido deslocou-se recentemente ao Parlamento Europeu.
"Fomos lá [Parlamento Europeu] na tentativa de arranjar contactos com associações idênticas à APRe. Não há muitas, porque as que existem são mais de natureza lúdica, mas já temos alguns contactos e vamos tentar criar um lóbi europeu forte", disse.
A responsável prometeu continuar a debater-se na defesa dos reformados e acusou o Governo de não ser uma "pessoa de bem", porque "está a fazer o ajustamento, à custa dos reformados e dos funcionários públicos, que é onde é mais fácil cortar".
No ano passado, a APRe avançou com ações judiciais junto do Tribunal de Justiça Europeu, sobre a sobretaxa e contra a contribuição extraordinária de solidariedade (CES).
"Agora temos mais coisas, como os complementos de reforma. A situação vai agravar-se ainda mais com a redução dos escalões do IRS", explicou.
Maria do Rosário Gama disse ainda que vai continuar a lutar contra a privatização da Segurança Social e explicou que o que é preciso "é investir no crescimento económico para garantir a sustentabilidade da segurança social pública".
A APRe tem atualmente 6.000 associados a nível nacional, sendo que na região centro tem uma delegação em Coimbra e 11 núcleos, com um total de 1.100 associados.