O total de investimento entre janeiro e fevereiro representa uma média de 54 milhões euros mensais o que, a manter-se a este ritmo, deverá levar o Governo a rever em alta a previsão de 500 milhões de euros para este ano, depois de no ano passado o montante ter ascendido a 306 milhões de euros.
"O programa das autorizações de residência em contrapartida de investimentos deve superar em 2014 os 500 milhões de euros", disse à Lusa o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.
"Isso significaria um aumento de investimento neste programa de cerca de 70% do primeiro ano para o segundo", afirmou o governante.
Até final de fevereiro, Portugal tinha concedido 679 vistos, num total acumulado de 414 milhões de euros de investimento.
No ano passado, 80% do investimento (272 milhões de euros) resultou da compra de imóveis e 20% (34 milhões de euros) da transferência de capitais.
Paulo Portas, que foi o impulsionador dos vistos 'gold' enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, acrescentou que evolução mais recente deste instrumento de captação de investimento mostra dois efeitos.
O primeiro assenta numa "diversificação na localização dos interesses imobiliários", uma vez que os vistos dourados "começaram por aplicar-se a áreas de Lisboa", mas "agora há interesse por outras zonas ou cidades", disse o governante.
Em segundo, "há agora mais contactos para investimentos, não apenas na compra de ativos imobiliários e turísticos, mas também para a construção", acrescentou.
"Isso é também um sinal de maior confiança em Portugal", concluiu o vice-primeiro-ministro.
A atribuição de vistos 'gold', criados no âmbito do programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento em Portugal (ARI), é feita mediante três requisitos: aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros, a transferência de capitais no montante igual ou acima de um milhão de euros e a criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.
O programa de vistos tem atraído sobretudo cidadãos da China, Rússia, Angola e Brasil.