A proposta de Vítor Bento, presidente da SIBS, de fazer com que se pague um imposto por se fazerem levantamentos em multibanco foi lançada esta terça-feira e recebeu a desaprovação de Duarte Pacheco, do PSD. O deputado que normalmente assegura as questões bancárias do partido, afirmou ao Diário de Notícias que a medida “é completamente absurda”.
Além disso, o deputado afirmou ainda que “a banca não pode querer ganhar em dois pratos” e, ironizando, disse não saber “porque é que não querem taxar as pessoas por respirarem”.
Além do PSD, também o PS não está a favor do novo imposto sugerido sobre os multibancos. Fernando Serrasqueiro, deputado do partido da oposição, afirmou que “seria um confisco que só regressaria ao regresso do colchão”. As pessoas passariam a “fazer levantamentos significativos e não de acordo com as suas necessidades e pagávamos uma taxa para utilizar dinheiro que era nosso, era um retrocesso”.
Do lado do PCP, Paulo Sá afirmou que é uma proposta “de rejeitar liminarmente”, e Pedro Filipe Gonçalves, que falou pelo Bloco de Esquerda, encarou a ideia como “inaceitável”.
Contatadas pelos Diário de Notícias, também as principais associações de consumidores e utilizadores de serviços e produtos financeiros se mostraram em total desacordo. O secretário-geral da Deco, Jorge Morgado, afirmou que a taxa sugerida significa “abrir um precedente que depois não para, e é criar um novo imposto sobre os salários, uma nova dupla tributação, numa altura em que não há espaço para tal”.
“Se avançar, a medida vai afastar as pessoas do multibanco e o sistema deixará de ser eficaz e equilibrado”, afirmou ainda Jorge Morgado, cuja opinião é partilhada por Luís Natal Marques, presidente da Sefin e pelo presidente da entidade responsável pela gestão da rede multibanco.