"Atualmente, há pelo menos 500 empresas chinesas a operar em Angola e mais de 100 mil expatriados chineses que trabalham em projetos de reconstrução do pós-guerra, dando um notável contributo para o desenvolvimento socioeconómico do país africano", lê-se na página na Internet da emissora, que cita a agência noticiosa Nova China.
A criação do centro de serviços é justificada pelos "imensos desafios e dificuldades" resultantes da falta de conhecimento da legislação angolana e das "diferenças culturais" entre os dois países, segundo o secretário-geral da Câmara de Comércio, Zhao Hongbing.
A nova estrutura, que cooperará com a Embaixada da China em Luanda, vai ajudar as empresas e cidadãos chineses na obtenção e renovação de vistos, registo de negócios e arbitragem em disputas comerciais.
"Vai ainda, entre outros aspetos, garantir assistência aos expatriados chineses com dificuldades financeiras", acrescenta a CRI.
Angola, assinala a emissora, "expulsa anualmente milhares de imigrantes ilegais, na sua maioria provenientes dos países vizinhos e que vêm à procura de oportunidades de emprego".
Os dois países estabeleceram em 2010 uma parceria estratégica, que começou na passagem à prática do princípio "oil for money", em que às linhas de crédito chinesas correspondem as exportações de petróleo angolano.
A China é atualmente destino de cerca de metade das exportações de crude angolano.
Os efeitos desta parceria estratégica são evidenciados pelo formidável crescimento das trocas comerciais bilaterais, que aumentaram mais de dois mil por cento entre 2002 e 2012, tornando Angola no segundo país lusófono com relações comerciais mais intensas com a China.
As trocas comerciais entre Angola e a China, que cresceram mais de 42 por cento em 2011, atingiram o valor de 37,5 mil milhões de dólares em 2012, um aumento significativo comparativamente a 2002, quando era apenas de 1,8 mil milhões de dólares.
Os números mais recentes das trocas comerciais bilaterais, demonstram que continuam a crescer.
A China concedeu a Angola, com o fim da guerra civil em 2002, apoio financeiro para a reconstrução do país, destruído por um conflito fratricida de cerca de quatro décadas, compensando assim a falhada intenção do Governo angolano de realizar uma conferência internacional de doadores.
Inicialmente baseada em empréstimos monetários, pagos com o petróleo angolano, a cooperação bilateral entre os dois países ficou rapidamente marcada pela presença em Angola de várias empresas chinesas, a investirem nos projetos de reconstrução e de desenvolvimento, sobretudo no setor da construção de edifícios, estradas, pontes, escolas, instalação de fábricas e em outros setores sociais e económicos.
Apesar do número avançado pela CRI relativamente a cidadãos chineses ser apenas de 100 mil, as autoridades estimam que residam em Angola, na realidade, cerca de 260 mil chineses, maioritariamente trabalhadores de empresas chinesas da construção civil.