"São dados positivos e que alimentam a esperança de 2014 ser um ano de crescimento económico e de redução do desemprego", afirmou Pires de Lima, à margem das comemorações dos 180 anos da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), hoje em Lisboa.
O Instituto Nacional de Estatística confirmou hoje que a economia recuou 1,4% no ano passado e que o crescimento no quarto trimestre, de 2013, foi de 0,6% quando comparado com o trimestre anterior, sendo que a 14 de fevereiro a estimativa apontava para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5%.
"Os dados confirmam que a economia portuguesa cresceu 1,7% no último trimestre do ano [face ao quarto trimestre de 2012] e saiu da recessão técnica ao longo de 2013", afirmou o governante, explicando que este aumento aconteceu "tanto pelo efeito da boa evolução" das exportações portuguesas como pela "estabilização gradual" do consumo privado e pelo "desagravamento do investimento" que, segundo o ministro, dá "sinais de inverter o declínio" que regista há quase uma década.
Pires de Lima acrescentou que os dados hoje divulgados pelo INE confirmam que a economia foi "das que mais cresceu no último trimestre do ano passado em toda a Europa" e que "há uma evolução da economia que vai ter continuidade em 2014" no sentido de reforçar a trajetória de crescimento.
Sobre o manifesto assinado por 70 figuras da política de esquerda e de direita para apelar à reestruturação da dívida pública, e que foi hoje divulgado pelo jornal Público, o ministro da Economia escusou-se a comentar, refugiando-se nas declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre o assunto.
"Acho que o primeiro-ministro já disse o que era oportuno sobre o assunto", disse Pires de Lima, acrescentando que os portugueses "têm cada vez mais motivos para ter esperança".
O primeiro-ministro defendeu hoje que assinar o manifesto é pôr em causa o cumprimento das metas orçamentais a que o país está obrigado e enviar uma "mensagem errada".
"Se eu hoje quisesse por em causa o financiamento do país e destas políticas públicas, subscreveria o manifesto que hoje foi dado a conhecer e nessa medida tinha a certeza de estar a enviar a mensagem errada a todos aqueles que esperam que Portugal cumpra as suas realizações", disse Pedro Passos Coelho numa intervenção em Lisboa, na cerimónia de inauguração das novas instalações da Polícia Judiciária.