Numa entrevista concedida ao Diário Económico, o eurodeputado francês Liem Hoang Ngog afirmou que “a ministra das Finanças portuguesa difere, claramente, da opinião do primeiro-ministro e dos parceiros sociais” e “não vê, genuinamente, a troika como um problema”.
“Na sua resposta, diz que a troika é bem-vinda, pois constitui uma oportunidade para implementar a sua agenda política, isto é, cortar nos salários e na despesa pública. Da mesma forma que não levanta questões sobre a legitimidade democrática e a ‘acoountability’ do programa de assistência, descartando a necessidade de um aval por parte do Parlamento”, garantiu o relator do relatório de avaliação da atuação do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia.
Em relação às diferentes perspetivas do FMI e Comissão Europeia sobre as medidas a adotar nos países intervencionados, Liem Hoang Ngog declara: “Na ausência de deliberações democráticas transparentes, acabou-se por implementar as políticas erradas”.
Quando ao futuro, “propomos a saída gradual da troika, que será substituída por um novo mecanismo de assistência assente no respeito pela democracia”.