Maioria de vistos 'gold' portugueses deriva de investimento da China

A maioria dos vistos 'gold' atribuídos por Portugal foi emitida por investimento oriundo da China, com Hong Kong e Macau a contribuírem com 20% do total, revelou hoje em Macau o cônsul-geral de Portugal.

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Lusa
18/03/2014 13:28 ‧ 18/03/2014 por Lusa

Economia

Milhões

Reportando-se aos dados até 27 de fevereiro, Vítor Sereno recorda um investimento global de 400 milhões de euros, sublinhando que cerca de 75%, ou 529 vistos 'gold' são oriundos da China, incluindo as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong.

Tendo em consideração os dados e as especificidades das duas Regiões Administrativas Especiais chinesas, Vítor Sereno diz-se "bastante satisfeito" por as missões que dirige terem proporcionado ao país um "investimento de 50 a 60 milhões de euros".

Com o investimento captado foram emitidos 654 vistos 'gold' - 34 por transferência de capital, 618 pela compra de imobiliário e duas pela criação de emprego - com um total de 854 autorizações de residência.

A atribuição de vistos 'gold', criados no âmbito do programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento em Portugal (ARI), é feita mediante três requisitos: aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros, a transferência de capitais no montante igual ou acima de um milhão de euros e a criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Vítor Sereno falava na segunda etapa do "Portugal-China Property and Investment Road Show 2014" que traz à China, Macau e Hong Kong nove empresas portuguesas ligadas ao imobiliário ou ao investimento, salientando o potencial de Portugal como país e os portugueses do mundo que são referências em várias áreas do futebol à música, do cinema à ciência, passando pela arquitetura.

Depois de um balanço positivo feito pela participação na "Shanghai (Xangai) Overseas Property & Investment Immigration Show", cuja 10.ª edição decorreu até segunda-feira com 160 expositores de 25 países e regiões, Sandra Fragoso, do Salão Imobiliário de Portugal espera "grande interesse" também em Macau e Hong Kong tendo hoje abordado as várias oportunidades de investimento junto de investidores de Macau.

"O Salão Imobiliário de Portugal, o seu objetivo com todas estas ações da internacionalização do setor é captar investimento e é que as nossas empresas vendam os imóveis que temos e têm elevada qualidade a nível da construção e, depois, também continuam a ser um produto rentável", disse Sandra Fragoso em declarações à agência Lusa.

De acordo com a mesma responsável, o imobiliário em Portugal "continua a ser uma aquisição segura e rentável" e por isso também estão, pela primeira vez, na China, Macau e Hong Kong.

Sandra Fragoso salientou também que o visto 'gold' é um atrativo para quem compra, mas afasta a possibilidade deste mecanismo ser atrativo por si só.

"Acredito que associado ao visto 'gold' o produto ser rentável e ser um investimento seguro é uma característica positiva", disse ao salientar que, apesar de "alguma quebra" nos preços estes já recuperaram e "quem compra hoje tem a garantia de que, daqui a três anos, o imóvel está com um valor mais elevado".

Presente na missão portuguesa, Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), salientou a importância dos protocolos assinados com entidades da China no sentido de criar "novas rotas de investimento" que tornem o imobiliário um "negócio mais transparente" e mais seguro para o investidor.

 

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