"Nunca falo em datas específicas [das operações promovidas pelo IGCP]. Mas, em termos de trocas, nunca escondemos que iremos fazer trocas com alguma regularidade e, quanto às recompras, faremos [essas operações] com alguma regularidade. Não temos nenhuma troca em vista no curtíssimo prazo", afirmou João Moreira Rato quando questionado sobre se pretende realizar mais operações deste tipo até maio ou junho, altura em que Portugal deverá terminar o atual programa de resgate.
O presidente do IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, referiu ainda que a instituição está "a trabalhar no sentido de introduzir leilões regulares de dívida", destacando que o objetivo é ter um acesso ao mercado semelhante ao que tinha em 2008.
"Temos vindo a trabalhar para voltar aos mercados da mesma forma como estávamos em 2008 e isso envolve operações sindicadas e leilões regulares de dívida. É nesse sentido que estamos a trabalhar", afirmou à margem de um almoço-debate promovido hoje, em Lisboa, pela Câmara do Comércio Luso-Francesa.
Moreira Rato disse também que as operações de recompra que o IGCP tem vindo a fazer "são operações normais de mercado", cujos objetivos são "aplicar excedentes de tesouraria" e "sinalizar ao mercado que, a certo nível de preços, [o IGCP] estará disponível para comprar de volta".
O Tesouro português amortizou hoje 50 milhões de euros da dívida total de 8,2 mil milhões de euros que tinha para pagar até outubro de 2015, naquele que foi o segundo leilão de recompra em menos de um mês. O rácio de cobertura da operação foi 17,8 vezes e o preço médio da recompra foi de 104,30 euros (a uma taxa cupão de 3,35%).
Após esta operação - que sucede a realizada no final de fevereiro quando o Tesouro português recomprou 1,32 mil milhões de euros em obrigações que tinha para pagar em outubro deste ano e outubro de 2015 - a linha que vence em outubro de 2015 passa a ter um montante total de cerca de 8,15 mil milhões de euros.