"Estamos a iniciar uma nova fase na consolidação do Museu [Nacional do Vinho] com o lançamento da nova programação cultural, do serviço educativo e da revista científica que vai ser apresentada em abril", disse à Lusa o museólogo Alberto Guerreiro.
Depois de ter estado fechado seis anos, reabriu ao público no final de junho do ano passado e iniciou um processo de restruturação, através do qual pretende "ultrapassar os seis mil visitantes no primeiro ano", adiantou.
Para isso, a direção técnica aposta, a partir de abril, na realização de eventos como o "Há gastronomia no museu", em parceria com a escola profissional, ou concertos de rock, no âmbito do evento "Books & Movies", organizado pela câmara.
Em paralelo, intensifica a programação cultural com "ciclos de conferências, exposições e workshops", estes últimos destinados a grupos.
Ainda no próximo mês será lançado o serviço educativo, virado para as escolas e assente "numa grande componente de animação e jogos desenvolvidos pelos nossos técnicos", explicou o mesmo responsável.
Num concelho em que "as cadências de público são muito variáveis, "o museu está a apostar na integração em redes regionais, como a parceria em torno das Histórias do Centro", que desenvolveram um bilhete único para acesso a museus e monumentos de vários concelhos da região centro.
Na calha está, ainda, a entrada do museu num programa de "dez rotas temáticas envolvendo mosteiros, as grutas de Mira de Aire e parceiros económicos como a fábrica de chocolate de Leiria e fábricas de produtos tradicionais de Alcobaça", revelou o mesmo responsável.
A estes "catalisadores", o museu quer somar ações viradas para a conservação e restauro do espólio que, desde a reabertura, conta com "mais cerca de duas mil peças não estavam inventariadas", aumentando a coleção de 8.500 de para mais de dez mil objetos.
Até ao final do ano o Museu pretende ainda abrir um centro de documentação material de arquivo e livros do Instituto da Vinha e do Vinho [proprietário do espólio] e avançar com uma candidatura para a requalificação do edifício cedido pela Direção Geral do Tesouro à câmara por um período de 30 anos.
Estes são passos que Alberto Guerreiro acredita poderem "transformar numa grande referência nacional" aquele que é o maior museu vitivinícola do país, com cinco edifícios e uma área de 11 mil metros quadrados, cinco mil dos quais cobertos.
O museu funciona numa antiga adega edificada em 1874 e na qual o seu proprietário implantou a tecnologia mais avançada do seu tempo.
Edifício e coleção foram cedidos à extinta Junta Nacional do Vinho e herdados pelo organismo que lhe sucedeu, o IVV (Instituto da Vinha e do Vinho, criado em 1986.
Foi encerrado ao público em julho de 2007 e reaberto em junho de 2013.