A Audi foi a marca que ofereceu a melhor proposta ao Ministério das Finanças para a aquisição dos automóveis que serão sorteados na ‘Fatura da Sorte’. Pelo que, a partir do próximo mês, todas as semanas um contribuinte vai receber de presente um Audi A4 ou A6, que têm um valor de mercado de 35.270 euros e de 47.760 euros, respetivamente.
Acontece que este presente pode revelar-se um peso pesado na vida do contribuinte premiado. Isso mesmo foi ontem sublinhado pelo bastonário dos Técnicos Oficiais de Contas, Domingues Azevedo, que criticou a “visão folclórica” da ‘Fatura da Sorte’ porque podem ser premiadas famílias que estão a viver tempos de dificuldades e não têm meios para sustentar um carro de luxo.
Esta tese é hoje comprovada pelo semanário Expresso que pediu uma estimativa dos custos mensais de utilização dos dois modelos em causa (A4 2.0 TDI 136cv e A6 2.0 TDI 177cv, ambos com caixa manual, pintura metalizada e nível de equipamento base) à consultora 4Fleet.
Contas feitas: os automóveis da marca Audi que o Governo vai sortear podem implicar encargos mensal de manutenção entre os 315 e os 365 euros, apurou o Expresso junto de fontes do sector automóvel e partindo de uma estimativa média para um período de quatro meses, 2.500 km/mês, manutenção/revisões, gasto de dois jogos completos de pneus e consumos de combustível.
Estes valores, esclarece o Expresso, incluem IVA e têm em conta o custo mensal do seguro obrigatório contra terceiros, sendo que se o proprietário optar por um seguro contra todos os riscos, os encargos aumentarão pelo menos quatro vezes.
Claro que, encargos por exemplo com combustível e pneus estão dependentes do tipo de uso do automóvel, mas refira-se que só o valor do imposto automóvel custa 191,75 euros para o A4 e 224,50 euros para o A6.
Estão habilitados a este, para alguns, ‘presente envenenado’ todos os contribuintes que tenham pedido faturas com o respetivo número de identificação fiscal, independentemente do tipo de bens adquiridos, a partir de 1 de janeiro de 2014.