Passos Coelho falava aos jornalistas à margem de um encontro informal em Maputo com cerca de 40 empresários portugueses com negócios em Moçambique, e dos quais o primeiro-ministro quis saber "os principais desafios e dificuldades" que enfrentam no mercado moçambicano.
"Penso que o clima que se vive nesta altura é de muita confiança. Não há ninguém que não passe por dificuldades e que não tenha as suas vicissitudes", disse Passos Coelho, quando questionado sobre a perceção dos empresários portugueses da situação de crise político-militar que Moçambique atravessa, provocada por diferendos entre a Renamo e o Governo de Maputo.
"Creio que os desenvolvimentos de natureza política que têm vindo a público são muito positivos e mostram que existe um diálogo muito construtivo, o que nos permite olhar com muita confiança para o futuro de Moçambique", acrescentou o primeiro-ministro português, elogiando a atuação do Governo moçambicano e de Armando Guebuza nesta matéria.
Comentando os impactos na área económica da II Cimeira Moçambique-Portugal, que decorreu hoje na capital moçambicana, Passos Coelho disse que este tipo de encontros bilaterais "têm o poder de limar pequeninas arestas", podendo mesmo, "facilitar projetos", que se encontravam suspensos.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, adiantou aos jornalistas que, durante o encontro bilateral, "houve várias conversas a propósito de iniciativas importantes" com "entendimentos muito grandes", que possibilitaram o reforço de confiança entre os dois países.
"Estas cimeiras não dão resultados sempre imediatos, no dia de amanhã, mas abrem perspetivas muito sérias de aumento de cooperação económica e também em aspetos sociais e políticos", disse Rui Machete.
De acordo com o ministro português, os acordos assinados entre os dois países, cerca de 20 no total, representam um apoio de cerca de 134 milhões de euros de Portugal a Moçambique, valor este que inclui "fundos que não estavam suficientemente agilizados", mas que agora serão disponibilizados.
"É muito importante sublinhar o apoio que continuamos a prestar ao Orçamento do Estado de Moçambique, que, do ponto de vista quantitativo, é modesto, mas tem um grande significado político", sublinhou Machete.
Nesta visita governamental portuguesa a Moçambique, que termina na quinta-feira, acompanham Passos Coelho os ministros dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, da Economia, António Pires de Lima, do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, e da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e ainda os secretários de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luis Campos Ferreira.