No programa ‘Conta Corrente’, que será transmitido esta noite na antena do Etv, o comentador habitual, o antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos, avisa que não pode “dar por garantido” qual o momento em que os cortes nos salários e pensões vão ser “repostos e restituídos”.
Explicando que “será muito difícil” Portugal atingir “o objetivo de 2015”, ou seja, “um défice de 2,5% do PIB, sem que haja novos cortes a nível de despesa e também algumas melhorias no domínio da receita”, Teixeira dos Santos sublinha que “o novo nível remuneratório”, que saiu dos cortes em vigor, vai ser “o ponto de partida para progressivas melhorias ao longo tempo, que vão depender da evolução da economia e das finanças públicas”.
Por esse motivo, prossegue, “não se pode dar por garantido que vai haver um momento no qual nós podemos repor e restituir - como ainda aqui há um ano ou dois anos -os cortes que entretanto foram introduzidos”.
Este esclarecimento do ex-governante socialista surge numa semana em que muito se tem falado sobre um novo corte na despesa entre 1,5 mil milhões e 1,7 mil milhões de euros, de acordo com Marques Mendes, e pode impedir quer o Governo, quer a oposição, de se comprometer com o regresso aos salários e pensões de 2011.