Exportações e impostos na balança do “crescimento positivo”

Bagão Félix comentou os dados emitidos pelo Banco de Portugal no seu espaço habitual na ‘Edição da Noite’, da SIC Notícias, e afirmou que “os números são positivos, principalmente a nível de exportações, e significam que Portugal está a sair do programa recessivo”. O ex-ministro apontou a subida dos impostos como o aspeto mais negativo desde 2011.

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Mariana Delgado
26/03/2014 22:55 ‧ 26/03/2014 por Mariana Delgado

Economia

Bagão Félix

No seu comentário semanal na ‘Edição da Noite’ da SIC Notícias, Bagão Félix frisou que os números da pobreza provam que Portugal se está a tornar num país mais “difícil, desigual, com precaridade e com pobreza persistente e geracional”.

“Os dados eram ainda mais gravosos se analisássemos realmente a mediana toda e importa ter em conta quem sofre mais, que são as famílias com mais filhos, os desempregados e os jovens”, frisou.

O ex-ministro afirmou ainda que “os dados evidenciam a taxa da pobreza de 18%, mas, se excluíssemos os abonos e os subsídios da Segurança Social, a taxa seria de 46%, ou seja, quase metade da população portuguesa”.

Com a análise destes dados, Bagão realçou “o papel desempenhado pelo sistema social, que é absolutamente fundamental para combater a pobreza”.

“A austeridade precisa de ser justa e exemplar e o pior acontece quando as pessoas sentirem que há exceções nas remunerações, como aconteceu no caso do banco de fomento. Fez as pessoas questionarem”, referiu.

Por fim, o economista considerou que “a altura para a criação do banco foi mal escolhida e exceções destas deviam evitar-se, em torno da justiça necessária. O país devia olhar com mais atenção para as questões sociais”. 

Dentro desta linha, Bagão Félix salientou o “aumento crescente” das exportações desde 2008, afirmando que “a alteração profunda” se deve “ao papel das empresas portuguesas, que começaram, de uma maneira ágil, a dirigir-se para os mercados externos, mesmo fora da Europa”.

O economista ressaltou também as previsões do banco de Espanha, “semelhantes às portuguesas, apesar do crescimento não ser muito forte”. Para o comentador, “esta evolução é excelente para o mercado português e para as exportações”.

Negativamente, Bagão Félix apontou a subida dos impostos petrolíferos, do imposto de selo, do IRC e, sobretudo, do IRS, “que registou, desde fevereiro de 2011, antes do programa de ajustamento, um crescimento de 38%, em conjunto com o desemprego a aumentar, ou seja, concentrado em menos pessoas”.

O ex-ministro, no entanto, concluiu que acha possível “atingir o valor esperado para o défice”. 

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