Numa nota intitulada "Sigilo sobre a fonte e não sobre o assunto", os diretores do Diário Económico, Público, DN, JN, Correio da Manhã, Dinheiro Vivo e da agência Lusa afirmam ter cumprido "todas as regras da profissão, bem como o acordo feito, em coletivo e na presença de todos, com o membro do Governo que convidou os jornalistas" para um encontro, na quarta-feira, no Ministério das Finanças, e que resultou na notícia de estar a ser ponderado um corte permanente de pensões.
"Se os jornalistas entenderam transformar uma conversa em 'off' sobre um ponto de situação num dado adquirido, eu não chamaria a isso fuga de informação, chamaria, quando muito, manipulação de informação", afirmou na quinta-feira Marques Guedes, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, e em que também disse que as notícias geram "alarmismo injustificado".
Horas mais tarde, as direções do Diário Económico, Público, DN, JN, Correio da Manhã, Dinheiro Vivo e agência Lusa divulgaram uma nota em que lembraram ter sido "convidados para um encontro informal no Ministério das Finanças".
"O tema da reunião seria a convergência de pensões. Durante o encontro, foi referido que os temas abordados e discutidos poderiam ser noticiados, mas sem serem atribuídos a nenhum responsável, apenas a fonte do Ministério das Finanças. Os temas tratados, com embargo de divulgação até à meia-noite de quarta-feira, acabaram por fazer a manchete da maioria dos títulos de imprensa de quinta-feira", lê-se no texto.
Perante as afirmações do ministro da Presidência, os órgãos de comunicação social presentes na reunião rejeitam "as afirmações a propósito deste tema do porta-voz do Governo, o ministro Marques Guedes, e reafirmam que cumpriram todas as regras da profissão, bem como o acordo feito, em coletivo e na presença de todos, com o membro do Governo que convidou os jornalistas".
Num encontro informal com jornalistas, fonte oficial do Ministério das Finanças disse que o Governo está a avaliar a possibilidade de aplicar a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) de forma permanente, ajustando o valor das pensões a critérios demográficos e económicos, devendo o impacto da medida ser quantificado no Documento de Estratégia Orçamental (DEO) em abril.
Em Moçambique, o primeiro-ministro disse que o Governo não tem, nesta fase, nenhuma discussão "em cima da mesa" sobre reduções adicionais de salários e pensões, mas insistiu na necessidade de garantir a sustentabilidade do sistema de Segurança Social.
Passos Coelho disse ainda que o debate público em Portugal "podia ser mais sereno e mais informado" e que espera que "os membros do Governo contribuam também para isso".