Em reação à entrevista do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ao semanário Expresso, o ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, esclarece que “em meados de março de 2011, estimávamos que, feitos todos os pagamentos e todas as operações de financiamento previstas, chegaríamos ao fim do mês com um saldo que estaria na ordem dos 330 milhões de euros”.
“Mas a mesma previsão apontava para que, em abril, tivéssemos um saldo acima dos 900 milhões de euros e assim por adiante”, revela Teixeira dos Santos, no programa ‘Conta Corrente’ do Etv que será emitido esta noite, sustentando aliás que a previsão dos 330 milhões “acabou por ser superada e atingir, na verdade, mais de 800 milhões de euros”.
Com estes esclarecimentos Teixeira dos Santos desmente as declarações de Durão Barroso de que o valor que Portugal “tinha em caixa” quando solicitou ajuda externa correspondia a “pouco mais de 300 milhões”.
O ex-governante esclarece, neste sentido, que foi a dificuldade de emitir dívida junto de investidores internacionais, associada à resistência da banca em comprar mais títulos da República, que antecipou o pedido de ajuda no dia 6 de abril de 2011.
“Foi em abril, na operação que nós fizemos no dia 6, que sentimos, de facto, dificuldade em colocar essa operação. Foi concretizada, mas houve mesmo um sinal claro de que não era fácil colocar a dívida nos investidores estrangeiros”, reconhece Teixeira dos Santos.