Produtividade é nova prioridade depois da estabilização financeira

A Europa tem que dar uma resposta "decisiva" para aumentar a sua produtividade global, agora que se entrou na fase de "estabilização da turbulência" dos mercados financeiros, defendeu hoje o vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio.

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Lusa
24/04/2014 18:01 ‧ 24/04/2014 por Lusa

Economia

Vítor Constâncio

Em declarações à Lusa em Madrid, Vítor Constâncio destacou que para este processo, essencial para o crescimento a médio prazo, são essenciais reformas públicas, mas também alterações e reestruturações empresariais, que as tornem mais competitivas no mercado internacional.

"Atingimos uma fase de estabilização da turbulência nos mercados financeiros europeus. E sobretudo atingimos uma fase em que volta a haver confiança internacional nos ativos europeus", disse.

Um interesse que abrange empresas e dívida pública, com um "influxo de capitais do resto do mundo que "é muito significativo", tendo contribuído já para "melhorar a situação dos países e das respetivas dívidas mas também dos ativos bancários".

Segundo o vice-presidente do BCE "isso contribuiu para a recuperação economia" que apesar de ser "muito suave" começa a acontecer, marcando um ciclo em que "a fase mais aguda foi ultrapassada".

"Agora o problema tem que ser encarado do ponto de vista do crescimento a médio prazo", disse.

Constâncio destacou o facto de a Europa viver uma "crise demográfica" o que reduz as possibilidades de crescimento potencial e exige "uma resposta decisiva no que diz respeito ao aumento da produtividade global dos fatores".

"Isso exige restruturações empresariais e decisões das empresas para aumentar a produtividade no sentido de se tornarem mais competitivos no ambiente internacional", disse, considerando que esse "não é propriamente o domínio de intervenção do BCE".

"Esta fase é mais de reformas e políticas públicas dos governos para conseguirem esse salto de produtividade que é essencial", disse ainda.

Questionado sobre o processo eleitoral europeu em curso, Vítor Constâncio referiu-se apenas aos "receios" de que o voto leve a "uma maioria no parlamento europeu, menos sólida a favor da continuação e das reformas europeias para consolidar a integração europeia".

Vítor Constâncio falava hoje em Madrid à margem de uma conferência que proferiu sobre o processo de união bancária na UE, organizada pelo Centro de Estudos Bancários da Faculdade de Economia da Universidade de Navarra.

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