O Diário Económico avança, esta quarta-feira, que o Governo já definiu o rumo a seguir no chamado período pós-troika. Será a já famosa ‘saída limpa’ ou ‘à irlandesa’. Mas, em reação a esta notícia, o ex-ministro do PSD, Ângelo Correia, sustenta que foi “o comando externo” que condicionou esta decisão.
Para Ângelo Correia, a ‘saída limpa’ está “para lá da vontade” do Governo, cuja “propensão natural seria o programa cautelar”.
No entender do ex-governante, próximo do primeiro-ministro, “a primeira razão” para que Passos Coelho opte por uma ‘saída limpa’ está associada à recusa dos parceiros europeus em voltar a apoiar financeiramente Portugal através de um programa cautelar. Ao Diário Económico, Ângelo Correia afirma que para que tal acontece era necessário, além da vontade do Executivo, que “existisse vontade dos restantes principais países e isso não se verificou”.
Por um lado, esclarece, os países europeus querem “afirmar que tudo correu bem para sustentar a desnecessidade de um cautelar e, por outro, não desejam comprometer-se em aspetos que signifiquem mais solidariedade financeira”. Trata-se, no seu entender, de uma “Europa dos egoísmos”.
Ainda assim, Ângelo Correia não deixa de manifestar que ficaria “mais tranquilo” se o país saísse do programa de ajustamento apoiado num cautelar porque as incertezas que se projetam na área da moeda e das finanças “são razões suficientes para alguma prudência”.