Marcelo Rebelo de Sousa, que falou hoje poucos minutos depois da comunicação do primeiro-ministro ao país, afirmou que Passos Coelho foi apanhado de surpresa pela necessidade de aumentar os impostos.
“Estou convencido que quando ele disse que não haveria aumento de impostos que ele não sabia que ia haver aumento de impostos”, referiu, sustentando que o primeiro-ministro acreditava que “seria pela via dos cortes” que se basearia o Documento de Estratégia Orçamental.
O antigo líder do PSD referiu ainda que esta confusão é normal quando se trata de “processos [de negociação com a troika] como estes que têm altos e baixos”.
O social-democrata enumerou ainda algumas questões que compõem o Documento de Estratégia Orçamental que, considera, devem ser esclarecidas pelo Governo.
Em primeiro lugar, aponta, deve ser dito aos portugueses se este aumento de impostos é mesmo para garantir as pensões no futuro e, ainda na senda das pensões, o professor catedrático diz ainda que o Executivo deve esclarecer se é verdade ou não que as pensões entre os 1250 e os 4250 euros são mesmo beneficiadas com a substituição da CES.
Em terceiro lugar, Marcelo Rebelo de Sousa considera importante que se esclareça se vai ou não haver uma reposição de salários e pensões, devido às expetativas que são criadas nos portugueses. E, por fim, sublinha, o Governo deve dizer se a Contribuição Extraordinária de Solidariedade passa ou não a ser permanente.