"A China pode estar segura que Portugal agirá dentro da União Europeia de forma amiga face à China", disse Cavaco Silva numa entrevista difundida hoje pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
"Somos um parceiro construtivo e um amigo da China e sabemos quão benéfico é para a União Europeia aprofundar as relações comerciais e de investimento com a China", acrescentou.
Cavaco Silva chega na segunda-feira à tarde a Xangai, na primeira visita à China de um chefe de Estdo portugues em quase uma década, seguindo depois para Pequim e Macau.
Na entrevista à Xinhua, o presidente português afirmou que "Portugal sempre defendeu o reforço das relações entre a União Europeia" e apelou ao "diálogo e negociação" para resolver diferendos comerciais entre Pequim e Bruxelas.
"As disputas comerciais entre a União Europeia e a China não beneficiam nenhuma das partes, e quando surgem, devem ser resolvidas através do diálogo e negociação, de um modo aberto e construtivo", declarou.
Cavaco Silva considerou o relacionamento político entre Portugal e a China excelente e "baseado na confiança, cooperação e respeito mutuos", disse a Xinhua.
Segundo a agência chinesa, o presidente português mostrou-se confiante que as relações bilaterais "tornar-se-ão mais fortes no futuro em muitos domínios".
"Cada vez há mais empresas portugueses a fazer negócios e transações com a China e cada vez há mais companhias chinesas interessadas em fazer negócios com empresários portugueses e em investir em Portugal", disse Cavaco Silva.
Além de uma centena de empresários, a comitiva do presidente português à China inclui responsáveis de várias universidades.
"Temos visto um aumento do intercâmbio de estudantes e investigadores, e há projetos científicos desenvolvidos simultaneamente com universidades portuguesas e universidades chinesas", indicou Cavaco Silva.
Referindo-se a Macau, o presidente português disse que o território "conheceu um forte crescimento económico, desenvolvimento social e estabilidade política" desde a transferência da sua administração para a China, em dezembro de 1999.
"Isto é a melhor prova que a escolha feita na Declaração Conjunta (assinada em 1987) e transcrita na Lei Básica (a mini-constituição que rege a nova Regiãoo Administrativa Especial de Macau) foi a escolha certa", afirmou.
Cavaco Silva, que na altura era primeiro-ministro, foi um dos signatários da referida Declaração Conjunta, juntamente com o seu homólogo chinês, Zhao Ziyang.