"PS só ganha eleições se portugueses forem burros", diz Catroga

Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças, ex-negociador com a troika e chairman da EDP, defende que Portugal "precisa de um programa específico de apoio à economia", sublinhando que as medidas do ministro da Economia "vêm com um ano e meio de atraso" e diz que Manuela Ferreira Leite "devia estar calada".

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Notícias ao Minuto
17/11/2012 14:42 ‧ 17/11/2012 por Notícias ao Minuto

Economia

Entrevista

"A austeridade é essencial. Sem garantir financiamento não há crescimento económico”, frisa Eduardo Catroga, numa entrevista ao semanário Expresso, publicada este sábado.

Para o ex-ministro das Finanças, “as medidas do ministro da Economia vêm com um ano e meio de atraso”, advogando que “o programa com a troika devia ter sido revisto de uma só vez e em todas as dimensões, para o aproximar do que era o programa eleitoral do PSD, que não estão no programa da troika”.

Eduardo Catroga diz que se tivesse tido oportunidade de estar com Angela Merkel, ter-lhe-ia pedido “para que Portugal possa ter um programa de apoio à sua economia e estrutura produtiva, como aconteceu na Alemanha de Leste”.

Por outro lado, o chairman da EDP salienta que “sempre que há qualquer ajuste do memorando, devia ser a própria troika a exigir a assinatura do PS”, acreditando ainda que “a troika não devia libertar novas tranches para o nosso País sem a assinatura do Partido Socialista”.

Catroga assinala também que “o PS só ganha eleições se os portugueses forem burros” e diz que “o Presidente da República deve deixar o Governo cumprir o mandato”, tecendo rasgados elogios ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Ao mesmo tempo, considera que “Manuela Ferreira Leite devia estar calada”, em resposta ao facto de esta ser uma das vozes mais críticas do actual Executivo.

Por fim, Eduardo Catroga assegura que não se arrepende de não ter aceite ser ministro deste Executivo. “Para estar neste Governo é preciso ter muita paciência e eu já não tenho a paciência nem a capacidade para filtrar o que digo como tinha há dez anos”, comenta.

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