Entre 2011 e 2014, a tendência mantém-se clara: desapareceu mais de um quinto dos que ganhavam acima de 1.800 euros. No sentido inverso, aumento o número de trabalhadores por conta de outrem que ganham menos de 310 euros, pormenoriza o Jornal de Notícias.
Há menos 46.700 pessoas no patamar salarial dos 1.800 euros em diante. Ao mesmo tempo, há também cerca de 4.100 pessoas a mais a declarar um salário mensal inferior a 310 euros, um valor considerado abaixo do valor usado para medir o limiar da pobreza.
Ao Jornal de Notícias, o economista João Duque refere que este aumento do número de pessoas na categoria salarial até aos 310 euros pode estar associado ao facto de os que ficaram sem trabalho no início da crise estarem agora a chegar ao fim do subsídio de desemprego, aceitando part-times como principal rendimento.
É no Norte do país que se encontram mais pessoas a ganhar 310 euros ou menos por mês, com Lisboa a surgir em segundo lugar.
No caso dos que ganham acima de 1,800 euros, se antes da chegada da troika representavam 4,7% do total de trabalhadores por conta de outrem, no início deste ano já só representavam 3,8%. Apenas o grupo de assalariados entre os 900 e 1.800 euros registou uma subida, ainda que ligeira.