"É urgente reverem-se os critérios do subsídio de desemprego, porque não está garantido que grande parte daqueles que são os desempregados de longa duração venham a encontrar trabalho tão cedo e já ficaram fora desse subsídio", afirmou Eugénio Fonseca.
Para o presidente da Cáritas, é também necessário que "se reveja, sem preconceitos ideológicos, nem populismos, a medida do rendimento social de inserção (RSI)", notando que se está "a falar, apenas, de contributos a dar para suavizar a agressividade da pobreza".
"Era bom que, com a saída da 'troika', já que se fala na diminuição de impostos, no devolver de alguns recursos que foram retirados às pessoas, sobretudo na massa salarial, que, ao mesmo tempo e desde já, se começasse a pensar numa verdadeira proteção social que assente mais naquilo que são os direitos das pessoas do que em medidas meramente assistenciais", justificou Eugénio Fonseca.
O responsável destacou que, "apesar do crescimento económico" que o país está a registar, a Cáritas não cruzou os braços, "porque o empobrecimento das famílias ainda continua a acontecer", exemplificando que "deixaram de ter subsídios de desemprego e continuaram a ter os mesmos encargos, encargos que querem dizer muitos deles endividamentos".
A Comissão Europeia anunciou a 14 de abril que o programa de assistência a Portugal "termina efetivamente a 17 de maio", mas que última "tranche" do empréstimo será desembolsada apenas algumas semanas depois, em junho, "como aconteceu com a Irlanda".
"Não existe qualquer consideração política por detrás de uma extensão técnica do programa português, que termina efetivamente a 17 de maio. Esta extensão técnica está puramente relacionada com o desembolso final do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, que, por razões processuais, só acontecerá em junho, uma extensão semelhante à da Irlanda. Isto são meras questões processuais, não políticas", referiu o porta-voz da Comissão Europeia para os Assuntos Económicos, numa nota enviada à agência Lusa.