"Iremos iniciar os contactos com as novas autoridades guineenses logo que estas sejam empossadas. Teremos de verificar se estão asseguradas as condições de segurança no aeroporto de Bissau, para que episódios como o de 10 de dezembro não voltem a ocorrer", afirmou o ministro Rui Machete, durante uma audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades.
Os voos da TAP entre as capitais dos dois países foram interrompidos depois do embarque forçado de passageiros ilegais, em Bissau.
"As 'autoridades de facto' nunca nos deram tais garantias", referiu o governante, que acrescentou que uma vez asseguradas as condições de segurança, "caberá depois às companhias a decisão de operar a rota".
Neste caso, a TAP "terá depois de analisar e ponderar as necessárias questões operacionais".
A Guiné-Bissau terminou domingo passado um ciclo eleitoral em que foram indicados um novo Governo e um novo Presidente da República, depois de dois anos de um executivo de transição, na sequência de um golpe de Estado militar.
O ministro reiterou que as eleições foram "um sucesso, perante as difíceis circunstâncias em que se realizaram".
"A vitória do partido derrubado pelo golpe de Estado de 2012 demonstra o claro repúdio da população relativamente ao golpe, aos seus objetivos e aos seus autores. E a exígua votação alcançada pelos representantes das ?autoridades de transição' confirma o que Portugal, a União Europeia e a CLPL [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] sempre afirmaram sobre a sua falta de representatividade e legitimidade".
Para Rui Machete, as eleições marcam "um definitivo virar de página na instabilidade crónica" dos últimos anos em Bissau.
O chefe da diplomacia portuguesa defendeu que Portugal e a União Europeia "confirmarão o seu papel tradicional de principais parceiros da Guiné-Bissau, apoiando técnica e financeiramente a implementação das reformas", que deverão visar a segurança, o reforço do Estado de Direito e combate à impunidade e a reforma da administração.