"O relacionamento cada vez mais chegado com os países da CPLP pressupõe naturalmente que novas oportunidades se abrirão, não só para os interesses dos países que compõem a CPLP, mas também para os próprios interesses timorenses", afirmou Júlio Alfaro, em declarações à Agência Lusa.
Segundo o responsável, a Câmara de Comércio e Indústria, bem como as autoridades timorenses, querem aprender e aproveitar "todas as oportunidades possíveis que aquele relacionamento mais próximo" poderá gerar.
Júlio Alfaro referia-se ao estabelecimento de parcerias entre o setor privado timorense e o dos restantes países da CPLP.
"O estabelecimento de parcerias pelo empresariado timorense é importantíssimo. Primeiro, dada a necessidade de nós nos completarmos para nos tornarmos mais capazes em termos de financiamento, segundo, na área de transferência de 'know-how', experiência e qualidade de trabalho", salientou.
Questionado pela Lusa sobre se a distância geográfica entre Timor-Leste e os restantes países da CPLP influencia no estabelecimento de parcerias, Júlio Alfaro respondeu que sim.
"Isso é objeto de preocupação. Nós sentimos isso. Estamos afastados uns dos outros", disse, salientando que "Timor-Leste está emocionalmente mais ligado à Indonésia e aos países da Ásia do que aos países da CPLP".
Júlio Alfaro destacou, no entanto, o aumento da presença de empresários portugueses a exercerem a sua atividade em Timor-Leste, referindo que o setor privado timorense começou a compreender que os parceiros da CPLP querem investir no país.
"Inicialmente quem vinha para aqui, não vinha com a determinação de ficar. Isto dava insegurança e instabilidade com quem queria negociar com países da CPLP", explicou.
Timor-Leste assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo que se vai realizar em Díli a 23 de julho, dedicada ao tema "CPLP e a Globalização".
"A realização da cimeira da CPLP em Timor-Leste significa que vai criar outras condições, outro ambiente e outras certezas", disse Júlio Alfaro, reiterando que o país precisa da presença dos empresários da comunidade, principalmente nos setores da indústria, serviços e infraestruturas.