“Nestes últimos três anos temos visto a mesma história repetir-se. O Governo não teve coragem de cortar na dimensão do Estado, então atacou salários e pensões. Depois vem o Tribunal Constitucional declarar parte desse corte inconstitucional e a seguir o Governo sobe os impostos”, começou por dizer Miguel Sousa Tavares.
No seu comentário semanal, na SIC, o escritor referiu ainda que “um novo aumento de impostos, seja ele qual for, será desastroso para a tímida recuperação económica que se iniciou”.
Sobre a decisão dos juízes do Palácio Ratton, Sousa Tavares considerou-a “contraditória”, uma vez que o acórdão não prevê a retroatividade dos cortes.
“Se uma medida é inconstitucional, é inconstitucional desde que começou”, frisou, acrescentando que o Governo não fez tudo o que estava ao seu alcance para poupar nas gorduras do Estado.
“Não está provado que o Governo tenha feito tudo o que pode para poupar noutros setores como as Parcerias Público-Privadas ou até os custos da energia, que continuam caríssimos”, apontou.
Nesta senda, Sousa Tavares acredita que o Governo “ainda não esgotou a sua capacidade de poupar em despesas inúteis na administração pública”.