O pedido de “aclaração” de Passos Coelho a propósito do chumbo Tribunal Constitucional (TC) às medidas do Governo vai passar pela Assembleia da República. O primeiro-ministro declarou que os objetivos do défice ”para 2015 ficaram em causa” e que o Governo está agora “a estudar esta situação, que é complexa”.
"Nós só podemos resolver um problema quando soubermos qual é a dimensão desse problema. E nós não sabemos ainda qual é a dimensão desse problema", declarou o governante aos jornalistas à margem de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Para Passos Coelho, esta decisão do TC colocou desafios técnicos ao Governo, parte deles sobre a forma de proceder ao pagamento dos valores salariais devolvidos pela decisão do TC, outra relativa às dúvidas que a decisão do TC poderá suscitar junto da troika.
“A troika já não poderá fazer o pagamento caso Portugal não clarifique situação”, alertou o chefe do Executivo, que criticou ainda o facto de o TC ter demorado mais de quatro meses a decidir.
Passos Coelho manteve o tom crítico quando declarou que “não posso estar a cada três meses a informar instâncias internacionais” de que as condições do país para 2015 mudaram. Quando questionado sobre a possibilidade de o Governo vir a aumentar os impostos, o primeiro-ministro admitiu que o Governo está “a ponderar tudo”.