Num artigo hoje publicado na revista Intereconomics, Reinhard Felke, economista da Comissão Europeia, e Sven Eide, membro do Ministério das Finanças alemão, analisam em detalhe a situação portuguesa e apontam os três maiores problemas da economia nacional.
Considerando que o processo de ajustamento económico do país está a ser conduzido “pelo crescimento das exportações”, os especialistas acreditam que ainda existem questões estruturais que devem ser melhoradas.
Primeiro, apontam o baixo grau da tecnologia como o responsável pelo fraco crescimento do sector exportador. Neste âmbito, as pequenas empresas “são um obstáculo quando é preciso entrar em mercados externos e promover a inovação".
Segue-se as baixas qualificações da população ativa, que se acredita serem responsáveis “por cerca de um terço da diferença de produtividade entre Portugal e os países mais desenvolvidos da OCDE".
Por fim, estão os elevados custos de financiamento que são "um impedimento significativo ao investimento e à expansão por parte das exportadoras".
Os dois especialistas salientam que os custos médios de financiamento em Portugal (juros de 4,5%) são cerca de um ponto percentual mais elevados do que os praticados em Espanha e na Irlanda, e nota que no caso de financiamentos mais baixos (menos de um milhão de euros) os juros chegam aos 6% para novos empréstimos.