"Não houve saída limpa porque não houve saída nenhuma"

O escritor Miguel Sousa Tavares disse hoje, no Jornal da Noite da SIC, que “não houve nenhuma saída limpa do resgate pelo simples facto de que não houve saída”. Na origem destas declarações está a polémica que envolve a entrega a Portugal da última tranche de ajuda que está agora em causa devido ao chumbo do Tribunal Constitucional a três medidas do Orçamento do Estado para este ano.

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Patrícia Martins Carvalho
09/06/2014 20:17 ‧ 09/06/2014 por Patrícia Martins Carvalho

Economia

Sousa Tavares

O chumbo do Tribunal Constitucional continua na ordem do dia, pois colocou em causa a entrega da última tranche de ajuda a Portugal.

No seu habitual comentário no Jornal da Noite da SIC, Miguel Sousa Tavares sublinhou que, faltando entregar a última tranche de ajuda, o programa não está concluído e, se não está concluído, não houve a tão aclamada saída limpa.

“De facto não aconteceu nada de determinante no dia 17 de maio, ao contrário do que foi dito. Nem houve saída limpa do resgate pela simples razão de que não houve saída”, começou por dizer Sousa Tavares, explicando de imediato o seu ponto de vista:

“Falta-nos receber um cheque e temos metas do défice para cumprir. No concreto da governação o programa de austeridade mantém-se. Continuamos sob a vigilância dos credores e vamos continuar sempre, o que é normal para quem deve o que nós devemos”, referiu.

O comentador lembrou ainda que ainda não se conhece a dimensão do buraco criado pelo chumbo do Constitucional, embora para já a estimativa é a de que ronde os 600 milhões de euros. Contudo, refere, este não é o buraco financeiro mais preocupante.

“Pela calada na sexta-feira Alberto João Jardim veio a Lisboa pedir mais 950 milhões de euros ao primeiro-ministro. [E ainda] ficámos a saber que o Governo vai ter de injetar 1.300 milhões de euros nas empresas públicas de transporte”, apontou.

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