O PIB português vai aumentar em 2,5% depois de uma revisão do sistema de contas da União Europeia, a partir de setembro. Contudo, há um risco para as contas púbicas que não está ainda totalmente apurado e que pode dificultar o cumprimento do défice de 4% para este ano, devido à inclusão de empresas públicas no perímetro orçamental, noticia o Sol.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou as estimativas mais recentes dos efeitos do novo Sistema Europeu de Contas. No caso do PIB, a maior alteração passa pela nova forma de registo das despesas com I&D, relativamente à investigação, que antes contavam como consumo intermédio.
As ‘empresas virtuais’ registadas nas contas do offshore da Madeira, para pagarem menos impostos, entravam para o PIB regional e nacional, o que vai deixar de acontecer, levando a um impacto negativo entre 0,3% e 0,4% na economia.
Além dos efeitos no PIB, vai também haver um impacto nas contas públicas. Por um lado, as transferências de fundos de pensões deixam de ser contabilizadas, baixando o défice e passando a ter um efeito neutro no saldo orçamental.
Num todo, o grande risco são as empresas públicas, pois várias terão de ser incluídas no orçamento devido a uma nova forma de contabilizar os custos e a autonomia financeira. Empresas públicas como a Parpública, Sagestamos, Estamo, Hospitais EPE e outras entidades reguladoras já contava para o défice. A CP, por exemplo, que é uma empresa deficitária, vai passar agora a contar.