“Se não tivesse havido este último chumbo do Tribunal Constitucional (TC), com este ritmo de execução orçamental podíamos ficar com um défice abaixo dos 4%. Porém, mesmo com o buraco aberto com a decisão do TC as contas apontam que será possível cumprir o objetivo sem recorrer a aumento de impostos”, começou por dizer, relembrando que atualmente os níveis de confiança dos consumidores e dos investidores subiram, os investimentos cresceram e que as contas externas continuam positivas.
Para Marques Mendes, se não houver mais chumbos do Constitucional será possível conseguir bons resultados e sem aumentos, “o que é muito importante”.
“Achava desejável não haver mais chumbos, mas com a má relação que existe entre o Governo e o TC e a visão conservadora deste último não me admira que haja mais chumbos, sobretudo com medidas para 2015”, referiu.
O ex-ministro dos assuntos parlamentares referia-se a medidas como os cortes salariais que a virem a concretizar-se obrigarão ao aumento dos valores de IVA e IRS.
“Imagine que o TC diz que não é possível haver mais cortes salariais a partir de 2015? É um buraco monumental para o qual não chegará o IVA e vai ser preciso mexer no IRS”, disse, salientando que há já quem diga que se o Governo precisar de mexer no IRS, mais vale demitir-se.