"O impacto imediato dos problemas do GES para outros bancos portugueses parece contido para já", escreveu a Fitch numa nota hoje emitida, acrescentando, no entanto, que "a incerteza sobre o grupo, que inclui o Banco Espírito Santo (BES, não classificado pela Fitch), um dos maiores bancos de Portugal, deixa o sistema bancário vulnerável a quebras de confiança".
A agência de notação financeira antecipa que a volatilidade dos custos de financiamento dos bancos portugueses se mantenha até que a situação do GES seja "clarificada e resolvida".
Quanto aos quatro bancos portugueses a que a Fitch a atribui 'ratings', a agência de notação financeira afirma que, ao todo, a dívida não garantida que vence em 2014 ascende a cerca de dois mil milhões de euros, considerando que isso "não parece oneroso em relação à sua liquidez".
A Fitch estima que o impacto das dúvidas em relação ao GES no sistema bancário dos países periféricos "deve ser apenas temporário", mas refere que "evidencia a fragilidade do sentimento dos investimentos na região", alertando que "pode aumentar os custos de financiamento".
Nas últimas semanas, foram tornados públicos vários problemas no Grupo Espírito Santo (GES), a que se juntam alterações na gestão do BES, com a saída do líder histórico do banco, Ricardo Salgado.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que os depositantes do BES têm razões para confiar no banco e afirmou não ter dúvidas quanto à tranquilidade do sistema financeiro português.
Também durante a manhã de sexta-feira, o Banco de Portugal garantiu que o BES detém um montante de capital "suficiente" para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição ao GES, tranquilizando os clientes em relação aos seus depósitos.