“Nós nunca vimos um filme destes. Este é um caso muito sério e pode ser o maior escândalo financeiro da história de Portugal”, afirmou César das Neves aos microfones da Rádio Renascença, numa entrevista onde a crise que se vive no Banco Espírito Santo (BES) foi motivo de conversa.
No programa ‘Terça à Noite’, o economista alertou que “um caso como o BES não só põe todos (mesmo todos) os holofotes em Portugal, como aumenta ainda mais o nervosismo, porque este era um pilar, uma instituição secular”.
O professor da Universidade Católica esclareceu que, caso o Estado intervenha na salvação da instituição bancária, “não está a gastar dinheiro, mas a investir, porque normalmente recebe e até recebe com juros. Não é pegar no dinheiro dos pobres e dar aos banqueiros”. Em todo o caso, salvaguardou que “não é provável mas pode vir a acontecer”.
Estabelecendo uma comparação com o que aconteceu com o BCP, onde “havia um conjunto de irregularidades e uma jogada política evidente”, César das Neves salientou que “isto é um outro filme completamente diferente”.
Por isso, “é muito importante fazer o corte, não mais com declarações piedosas por parte do governador do Banco de Portugal ou da administração do banco, mas dizendo com clareza qual é o problema e que medidas podem ser adotadas para o resolver. Não esconder, não enganar, não afastar. Isso tem de acontecer estar semana. Porque o banco está a sangrar”, frisou.