PCP defende apuramento de responsabilidades legais e política

O dirigente PCP Agostinho Lopes recusou hoje o envolvimento dos recursos nacionais no BES e defendeu o apuramento das responsabilidades legais, económicas e políticas pela situação do banco, que disse não se esgotarem na figura de Ricardo Salgado.

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Lusa
26/07/2014 13:29 ‧ 26/07/2014 por Lusa

Economia

BES

Em conferência de imprensa na sede do PCP, Lisboa, o dirigente comunista Agostinho Lopes defendeu "um rigoroso apuramento das causas e responsabilidades legais, económicas e políticas da situação" do BES e do grupo.

Agostinho Lopes considerou que o "Governo, o Banco de Portugal e demais estruturas públicas continuam a ocultar a verdadeira dimensão do problema e a encobrir responsabilidades no plano político e financeiro" que a situação no BES e no GES possa envolver.

O dirigente comunista frisou que, no atual momento, o Estado e instituições reguladoras devem intervir para apurar "até às últimas consequências não só a situação real em que o banco e o grupo se encontram mas sobretudo os responsáveis pela situação que se está a viver que não se esgotam na figura de Ricardo Salgado", cuja detenção efetuada esta semana para interrogatório "é só mais um episódio".

Segundo o ex-deputado, as audições na Assembleia da República e as declarações das entidades reguladoras e supervisoras, e de membros do Governo, nomeadamente do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre a matéria "evidenciam uma postura de profunda hipocrisia política, que põe a nu cumplicidades e passividade, face ao que devia ter sido uma intervenção atempada".

"Foram necessárias vir a público as denúncias e os confrontos entre acionistas, as fraudes contabilísticas e o conhecimento de investigações judiciais, para que se decidissem a agir", criticou.

O dirigente comunista criticou ainda a atitude "de pseudoneutralidade não intervencionista face a negócios privados" do Governo PSD/CDS-PP, afirmando que "anda há três anos a deitar a mão por baixo ao grande capital português e estrangeiro".

O responsável pela comissão de Assuntos Económicos do Comité Central do PCP disse recusar "o envolvimento de recursos nacionais" e "gasto de dinheiros públicos", como aconteceu noutras situações, dando o exemplo do BPN.

"O PCP está muito à vontade para reclamar esta intervenção do Estado, neste quadro, tendo em conta estas balizas, porque o PCP foi o único partido que se opôs à nacionalização do BPN", disse.

Quanto à atuação do Governo e do Banco de Portugal até ao momento, Agostinho Lopes disse ainda que suscita dúvidas o processo de nomeação da nova administração, afirmando que "foi nomeada com o ámen dos atuais acionistas maioritários", o que "levanta problemas sobre o apuramento que a nova administração vai fazer dos problemas do BES".

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