"A situação no BES preocupa-nos, porque o Estado pode voltar a ir à bolsa dos pensionistas", alertou Rosário Gama, considerando que a possibilidade de um apoio estatal gera "intranquilidade" nos reformados.
As medidas de "ajustamento recaem sempre sobre os reformados. É a nossa experiência que o diz", sublinhou a presidente da APRE!.
"Os reformados estão numa situação muito complicada e os métodos de contestação" usados pela APRE! "ainda não deram os resultados" que a associação queria, referiu, defendendo que "é necessário continuar a lutar".
O BES anunciou na quarta-feira um resultado líquido negativo de 3.577,3 milhões de euros entre janeiro e junho, um valor que compara com o prejuízo de 237,4 milhões de euros, apurado no primeiro semestre de 2013.
"Fatores de natureza excecional ocorridos durante o corrente exercício determinaram a contabilização de prejuízos, de imparidades e de contingências que se refletiram num prejuízo de 3.577,3 milhões de euros", lê-se no comunicado enviado pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O novo presidente executivo do BES, Vítor Bento, anunciou logo após a divulgação dos resultados semestrais do banco que a instituição vai avançar imediatamente com um aumento de capital.
O Banco de Portugal disse que factos recentemente descobertos no BES apontam para a "prática de atos de gestão gravemente prejudiciais" e admite consequências contraordenacionais e até criminais para a ex-equipa de gestão liderada por Ricardo Salgado.
No entanto, o banco central assegurou que o BES tem condições para manter a sua atividade e garante a "plena proteção dos interesses dos depositantes".
A presidente da APRE falava durante a tomada de posse dos novos órgãos sociais da associação, que decorreu hoje de manhã na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra, depois das eleições se terem realizado a 15 de julho, com lista única.
Rosário Gama foi reeleita presidente da direção da associação para o triénio 2014-2017, que conta com cerca de 7 mil associados, dispersos por mais de 40 núcleos.
Uma das primeiras iniciativas da nova direção será "proceder a um levantamento exaustivo das medidas dos últimos governos que afetaram os idosos de Portugal", informou a responsável.