Banco de Portugal atuou "como elefante numa loja de porcelanas"
O comentador Miguel Sousa Tavares questionou hoje a sucessão de acontecimentos no BES que levaram à desagregação desta instituição e à criação de um ?Novo Banco?. Para o escritor, o valor das imparidades pode ter sido ?empolado? e comparou atuação do Banco de Portugal face ao agudizar da crise no BES a ?um elefante numa loja de porcelanas?.
© Global Imagens
Economia Miguel Sousa Tavares
Em declarações no Jornal da Noite da SIC, Miguel Sousa Tavares criticou esta noite o último episódio da crise no Banco Espírito Santo e que levou à queda da instituição. Para o comentador, “nem tudo foi feito” para salvar o BES e comparou a ação do Banco de Portugal nos últimos dias à de um “elefante numa loja de porcelanas”.
“Acho que a forma como o Banco de Portugal, que é que manda no banco, atuou nos últimos dez dias foi de forma a precipitar estes acontecimentos todos. Atuaram como um elefante numa loja de porcelana”, atirou o comentador.
Relativamente à solução encontrada para a entidade bancária, que passou pela formação do ‘Novo Banco’, Sousa Tavares, o escritor considerou que a opção tomada pelo Governo foi a melhor tendo em atenção o que podia ser feito “num domingo à noite” e destacou que esta solução “poupa os contribuintes e os depositantes”.
“Acho que esta foi a melhor solução que se podia ter tomado num domingo à noite. Mas depois de não se ter encontrado a boa solução que era ter salvo o BES como um todo. Acho que nem tudo foi feito por isso”, voltou a frisar.
Na senda de estes comentários, o convidado do jornal da SIC questionou ainda os atos de supervisão desenvolvidos durante todo este período. “Que raio de supervisão era esta que tudo lhes escapou até ao último dia. A dimensão dos prejuízos causados acabou por espetar com o banco no lodo. Não foram só as ações que passaram a valer doze cêntimos, quando fecharam, foram depositantes que foram embora”, acrescentou.
Por fim, o comentador questionou ainda os resultados apresentados pelo banco, levantou dúvidas sobre a dimensão das imparidades apresentadas que, diz, podem estar “empoladas”, e disse que face a toda as notícias que foram surgindo levou a este desfecho. [O que aconteceu no BES] “aconteceria em qualquer banco do mundo sujeito ao massacre de más notícias e pânico induzido. (…) Ninguém há dez dias atrás dizia que o BES não tinha futuro. As pessoas fugiram das ações e o resultado é que o banco vai ser vendido a retalho e a preço de saldo”.
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